segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Brasil: Estudo mostra caso de transmissão da febre amarela na amamentação




SÃO PAULO - Um bebê de cinco semanas de idade, filho de uma mãe vacinada contra a febre amarela, teria contraído o vírus através da amamentação. É o que afirma um relatório do caso, publicado no jornal da Associação Médica do Canadá (CMAJ, na sigla em inglês). 'Até recentemente, evitar a vacina em mães que amamentam seus filhos era baseado apenas em fundamentos teóricos', escreveu a Dra. Susan Kuhh, junto com outros autores. A vacina contra a febre amarela é uma vacina do vírus vivo enfraquecido, que tem sido usada desde a década de 1940.
Caso. Quando a criança tinha dez dias de idade, a mãe recebeu vacinas preventivas - incluindo contra a febre amarela - para poder viajar para a Venezuela. A criança, que não foi vacinada, continuou a ser amamentada durante a semana em que estiveram no país.
Segundo os autores da pesquisa, com cinco semanas, o recém-nascido do sexo masculino foi levado ao hospital com um quadro de febre e irritabilidade que já durava dois dias e, no dia anterior a sua internação, foram notadas convulsões focais em lados alternados - foi diagnosticado, então, que a criança havia contraído o vírus da febre amarela.
Como o local em que permaneceram no país latino-americano não registra a doença como fator de risco, foi concluído que a explicação mais provável para o contágio teria sido a cepa da vacina transmitida por meio da amamentação. Outros fatores também seriam determinantes para a conclusão dos pesquisadores: a criança não apresentava sinal algum de picadas de insetos, não esteve em contato com pessoas doentes, esteve longe de animais no Canadá ou em outros lugares e não tem um histórico de infecções de herpes na família. Além disso, nenhuma vacina foi feita antes de os sintomas aparecerem.
O caso, ainda que não possa ser efetivamente comprovado, reforçaria - ainda segundo os autores do estudo - a recomendação para que mães em fase de amamentação evitem a vacina contra o vírus. Os pesquisadores sugerem que mulheres que eventualmente precisariam da vacina refaçam seus planos, a fim de reduzir o tempo de exposição em situações de risco e evitem uma possível transmissão da febre amarela ao filho.

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